Eu era um Deus velho
dos tempos que não voltam.
O que eu vou esconder afinal
Se tudo que se guarda num baú
Não muda o fato de que ele
Ainda é um baú
E sabe disso?
Não importa a si o precioso
Conteúdo
Vai-se a jóia
Vem o ouro
Vai-se o ouro
Fica o baú.
E a jóia continua sendo jóia
O ouro não se desfaz de seu mistério dourado
Cada um ainda tem seu preço
Elevado.
O baú? Continua com sua tranca
E a ele não cabe o que
Guardam em si
Ou de si retiram.
A ele
Cabe ser.
Eu me pergunto
Se quando ninguém vê
Ele lamenta o fato
De não conhecer aquilo
De que ele está repleto
Ou se só ignora
O estar vazio
Ou cheio
Há final
Para isso?